Paulo Guedes assegura “redução drástica de gastos” em 2021

A economia brasileira estava “decolando” antes da pandemia. Essa é a defesa de Paulo Guedes, que prometeu uma redução drástica das despesas em 2021, frente aos gastos extraordinários deste ano.

A afirmação do ministro aconteceu nesta quinta-feira, 6, em um evento promovido pela Fundação Internacional para a Liberdade (FIL). Guedes anunciou que, em 2020, foi gasto 10% do PIB em programas assistenciais na pandemia. “O déficit fiscal seria de 1% do PIB neste ano, mas vai chegar a 11% do PIB. Em 2021, voltamos à trajetória fiscal e reduziremos drasticamente o gasto”, completou.

Ainda sobre as medidas para o enfrentamento à pandemia, o ministro destacou que o governo brasileiro gastou mais que o dobro da média dos países emergentes. Segundo ele, apenas os Estados Unidos gastaram mais que o Brasil.

Guedes também afirmou que a agenda liberal do governo Bolsonaro não foi afetada pela crise. “O presidente Bolsonaro nos dá o suporte para seguirmos com as privatizações e o programa de reformas. Perdemos um ano fiscal, mas preservamos vidas e o Brasil irá surpreender o mundo novamente”, disse.

Por outro lado, o Tribunal de Contas da União (TCU) alertou nesta quarta-feira, 5, que não vai permitir manobras contábeis com folgas dos créditos extraordinários para abrir espaço no teto de gastos. Essa é uma regra que impede o crescimento das despesas frente à inflação.

Assim, o TCU recomendou que o Ministério da Economia utilize somente espaço fiscal no teto proveniente de eventuais cancelamentos de gastos que estejam destinados ao enfrentamento da Covid-19, com a mesma especificação funcional da dotação cancelada.

Isso significa que o governo não pode utilizar da pandemia para “criar” mudanças no Orçamento e destinar esses recursos para outras áreas, como obras públicas, por exemplo. Essa é uma medida que tem o objetivo de evitar o aumento indevido das despesas.