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Cientista afirma que pandemias futuras podem ser mais mortais e contagiosas
“Esta não será a última vez que um vírus ameaçará as nossas vidas e os meios de subsistência”, disse Sarah Gilbert, pesquisadora da vacina da Oxford-AstraZeneca.
A pesquisadora da vacina da Oxford-AstraZeneca, Sarah Gilbert, disse que “esta não será a última vez que um vírus ameaçará as nossas vidas e os meios de subsistência e pediu mais financiamento para que a ciência esteja melhor preparada. “Os avanços que fizemos e o conhecimento que adquirimos não devem ser perdidos”, afirmou.
Leia mais: Índia promete mais vacinas contra a Covid-19 à África no enfrentamento da variante Ômicron
“Assim como investimos em forças armadas, serviços secretos e diplomacia para nos defendermos de guerras, devemos investir em pessoas, pesquisa, manufatura e instituições para nos defendermos de pandemias”, sustentou Sarah Gilbert, citada no jornal britânico The Guardian.
No início de 2020, quando a covid-19 surgiu pela primeira vez na China e a doença se espalhou, Sarah Gilbert, professora de Vacinologia da Universidade de Oxford, e sua equipe criaram uma das vacinas contra o SARS-CoV-2.
Atualmente, a cientista diz que a doença está longe do fim e que a variante Ômicron, altamente mutável, não deverá ser a última. Para ela, o próximo vírus pode ser pior. “Pode ser mais contagioso, ou mais letal, ou ambos”.
“Não podemos permitir uma situação como a que passamos e, depois, descobrimos que as enormes perdas econômicas que sofremos significam que ainda não há financiamento nos prepararmos para uma pandemia”, acrescentou.
“Os avanços que fizemos e o conhecimento que adquirimos não devem ser perdidos”, alerta a pesquisadora, chamando a atenção para a necessidade de continuar mantendo o investimento em ciência.
As declarações foram divulgadas depois de o Reino Unido ter registrado, no último domingo (5), 246 casos da variante Ômicron e quase 44 mil novas infecções diárias, com 54 mortes a cada dia.
Foi descoberto, na variante Ômicron, que a proteína spike contém mutações já conhecidas, responsáveis por aumentar a transmissibilidade do vírus, disse Gilbert. “Mas há mudanças adicionais que podem significar que os anticorpos induzidos pelas vacinas, ou pela infecção com outras variantes, podem ser menos eficazes na prevenção da infecção pela Ômicron. Até sabermos mais, devemos ser cautelosos e tomar medidas para desacelerar a disseminação dessa nova cepa”.
Mark Woolhouse, cientista que presta assessoria ao governo do primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, afirma, citado pela BBC: “Se as tendências atuais aqui e na África do Sul continuarem nas próximas semanas e meses, a nova Ômicron poderá substituir a Delta como estirpe dominante no mundo”.
No fim de semana, o governo britânico anunciou que quem viaja para o Reino Unido tem de fazer teste de covid-19 no local de partida. A Nigéria foi adicionada à lista vermelha dos países potenciais importadores de Ômicron, por estar associada aos novos casos da variante em território britânico.
“Se a Ômicron está aqui no Reino Unido – e certamente está -, se há transmissão comunitária no Reino Unido – e certamente parece que sim -, então é essa transmissão comunitária que impulsionará a próxima onda”, disse Woolhouse.
O cientista acrescenta que as novas restrições pecam por serem tardias e são muito tímidas, para fazer face a “uma onda potencial da variante no Reino Unido”.
De acordo com o The Guardian, o grande percentual de novos casos, em geral, está relacionado a pacientes não vacinados. O líder trabalhista Keir Starmer, aproveitando essa informação, critica de forma veemente os que resistem à inoculação: “É frustrante e preocupante que os médicos estejam acompanhando muitas camas hospitalares, e os recursos do Serviço Nacional de Saúde estejam sendo usados por aqueles que optaram por não receber a vacina”.
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