Etanol: ‘embrião’ da Aliança Global foi trabalho da indústria brasileira no convencimento à Índia da importância da mistura

A formação da Aliança Global para os Biocombustíveis é a parte visível de uma vitória quase apagada da iniciativa privada brasileira do setor sucroenergético e que começa lá atrás entre os ‘embates’ de Brasil e Índia.

O Google pode ajudar, a quem interessar, fazer uma busca desde quando a União da Indústria de Cana de Açúcar e Bioenergia (Unica) empreendeu missões para convencer o governo e empresários indianos a adotarem maior mistura de etanol na sua frota à gasolina.

No mínimo já se vão uns cinco anos.

Não somente esses encontros levavam o conhecimento técnico sobre a eficiência que o aumento da mistura proporcionaria sem comprometer a motorização, como também se insistia que a única forma de dar maior valorização do açúcar – esse, sim, o que mais interessava a Nova Deli -, seria desviando mais cana-de-açúcar para o biocombustível.

Enquanto isso a agenda econômica mundial incorporou definitivamente a necessidade de supressão acelerada dos gases de efeito estufa da atmosfera.

Nisso, nos últimos encontros técnicos-institucionais, o meio ambiente também passou a entrar nos debates, inclusive com a presença a bordo, em um deles, do professor e pesquisador Gonçalo Pereira, da Unicamp, levado pela Unica à Índia.

Se o governo de Narendra Modi antecipou a adoção de 10% da mistura de etanol ao derivado de petróleo para 2022 com uma ‘partícula’ que seja por essa defesa do Brasil proporcionou, é uma vitória.

E que levou a Índia a querer antecipar o blend para 20%, como foi anunciado dias antes da cúpula do G20, que formalizou a Global Bioufuels Alliance, com o Brasil e Estados Unidos no topo.