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IA revolucionou tudo… menos o lixo eletrônico. E agora?

Estudo acadêmico aponta para o aumento alarmante de lixo eletrônico gerado pela IA.

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A inteligência artificial (IA) generativa, embora revolucionária, traz consigo um problema crescente: o aumento acelerado do lixo eletrônico, ou e-lixo.

Recentemente, um estudo divulgado pela revista científica Nature Computational Science destacou tal preocupação, ao prever um aumento significativo no volume de e-lixo até 2030.

Conforme a pesquisa, o e-lixo gerado por algoritmos de IA pode chegar a impressionantes 5 milhões de toneladas métricas nesse período.

Uma das principais razões para esse crescimento é a rápida evolução do hardware necessário para dar suporte aos modelos de linguagem de grande porte (LLMs).

Especialistas do estudo, liderados por Asaf Tzachor da Universidade Reichman em Israel, enfatizam a necessidade urgente de tomar medidas para controlar esse aumento.

Eles propõem estratégias de economia circular para prolongar a vida útil dos dispositivos e elevar a taxa de reciclagem.

IAs têm grande capacidade de aumentar a produção de lixo – Imagem: reprodução/Tungnguyen0905/Pixabay

Impacto da IA no e-lixo

Os algoritmos de IA generativa, usados para criar textos, imagens e vídeos, demandam uma infraestrutura robusta de servidores. Isso aumenta a necessidade de atualizações frequentes e gera mais lixo eletrônico. Somente em 2023, já foi observado um aumento significativo desse tipo de resíduo.

Além disso, a alta demanda energética dos centros de dados, que pode representar 4,5% da produção global de energia até 2030, agrava ainda mais a situação.

O descarte inadequado de e-lixo libera substâncias tóxicas, como o chumbo e o mercúrio, o que prejudica o meio ambiente e a saúde humana.

Estratégias de redução de e-lixo

Os pesquisadores sugerem implementar práticas de prolongamento da vida útil dos dispositivos, reutilização e remanufatura de componentes, bem como reciclagem eficiente. Tais ações podem reduzir o lixo eletrônico gerado entre 16% e 86%, segundo as estimativas.

Essas práticas exigem cooperação global e políticas bem-definidas. A organização Earth5R, na Índia, já adota tais estratégias por meio de programas colaborativos que visam gerenciar o e-lixo de forma sustentável.

Para Gupta, da Earth5R, o e-lixo é uma crise global que requer soluções transfronteiriças para ser efetiva. A implementação das estratégias mencionadas é capaz de minimizar significativamente os impactos ambientais e de saúde associados ao descarte inadequado de resíduos eletrônicos.

A crescente popularidade da IA generativa exige um olhar atento ao gerenciamento do e-lixo e requer soluções inovadoras e colaborativas para evitar uma crise ambiental.

As estratégias propostas no estudo, se adotadas amplamente, conseguirão transformar esse desafio em uma oportunidade de sustentabilidade global.

Olá, sou John Monteiro, guitarrista e jornalista. Nascido no ano da última Constituição escrita, criado na periferia da capital paulista. Fã de história e política, astronomia, literatura e filosofia. Curto muita música, no conforto da minha preguiça, frequento mais palavras que livrarias.

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