Justiça feita: Facebook compensará brasileiros por vazamento de dados

Em 2018, foi divulgado que cerca de  87 milhões de usuários tiveram seus dados pessoais vazados sem permissão. Esses foram compartilhados de forma indevida com a Cambridge Analytica.

Agora, esses usuários terão até agosto de 2023 para recorrer a sua parte do acordo coletivo no valor de US$ 725 milhões, na cotação atual, o valor chega a R$ 3,6 bilhões.

Dessa maneira, os usuários que tiveram contas na rede social de Mark Zuckerberg nos Estados Unidos entre o período de maio de 2007 até dezembro de 2022 poderão reivindicar seu direito à indenização.

Os valores a serem recebidos individualmente ainda não foram divulgados, isso porque dependem de quantas pessoas irão reivindicar a indenização e por quanto tempo elas tiveram suas contas ativas.

O que aconteceu?

A Cambridge Analytica, empresa de consultoria de marketing político britânica, é a responsável por receber os dados de forma indevida de usuários do Facebook. Essa mesma empresa de consultoria foi a responsável pela campanha política do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Essa violação de privacidade acabou levando o dono da Meta, empresa responsável não somente pelo Facebook, mas pelo Instagram e WhatsApp, a depor perante ao Congresso dos EUA. Mark Zuckerberg teve de publicar anúncios, nos quais se desculpava pelo ocorrido.

Ainda assim a Meta não assumiu que ocorreu qualquer irregularidade. Na época do acontecido, um porta-voz da empresa comentou: “Buscamos um acordo porque é do interesse de nossa comunidade e acionistas“.

Indenização no Brasil

Já em solo brasileiro, em agosto de 2022, a Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor) divulgou a decisão de que o vazamento de dados do Facebook para a Cambridge Analytica rendeu a Zuckerberg uma multa no valor de R$ 6,6 milhões.

No mundo, estima-se que cerca de 87 milhões de pessoas tenham sido vítimas de vazamentos de dados devido ao ocorrido no Facebook. Desses, acredita-se que 443 mil eram brasileiros.

Na época em que houve o vazamento de dados, os usuários afetados recebiam em sua rede social publicações relacionadas ao ex-presidente dos Estados Unidos.

A Senacon, no momento do ocorrido, considerou que o Facebook não havia como comprovar que dados dos usuários haviam sido compartilhados de forma indevida.