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Você sabia que, no Japão, tirar um cochilo no trabalho é normal?

Diferentemente de como funciona ao redor do mundo, japoneses podem tirar sonecas durante o expediente de trabalho. Entenda essa cultura e como ela afeta a produtividade dos trabalhadores.

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O Japão sempre chamou a atenção do mundo por sua cultura de trabalho intensa, com longas jornadas e uma dedicação extrema às empresas.

Entretanto, existe um hábito curioso no ambiente corporativo japonês que pode surpreender quem não está familiarizado: dormir no trabalho não é visto como falta de profissionalismo, mas sim como um sinal de esforço. Esse costume tem até um nome próprio: inemuri, que pode ser traduzido como “presente enquanto dorme”.

Embora possa parecer estranho para outras culturas, no Japão, o inemuri não só é aceito como também pode ser visto como um indicativo de que o funcionário está se dedicando ao máximo. Adormecer brevemente na mesa ou em reuniões sugere que o trabalhador se esforçou tanto que seu corpo precisa de descanso imediato.

Em um país onde o sono é frequentemente sacrificado em prol da produtividade, essas pequenas sonecas se tornaram parte da rotina de muitas empresas.

O que está por trás da cultura do sono no Japão?

No Japão, dormir no trabalho é sinal de dedicação, não de preguiça. A prática, chamada inemuri, é socialmente aceita. (Foto: najkhetsamptip/Canva Pro)

O incentivo ao descanso no trabalho tem uma explicação lógica: o Japão está entre os países com os maiores índices de privação de sono do mundo.

A média de sono dos japoneses é inferior a sete horas por noite, quantidade considerada insuficiente para uma boa saúde. Esse déficit tem impacto direto na produtividade e no bem-estar da população, levando empresas e até o governo a repensarem a relação com o descanso.

Não é incomum ver japoneses dormindo em lugares públicos, como metrôs, cafés e até no chão de livrarias. Esse costume começou a ser aceito nas décadas passadas, quando o país passou por um crescimento econômico acelerado e a carga de trabalho se intensificou.

Como consequência, os trabalhadores passaram a incorporar pequenas sonecas ao longo do dia para compensar as noites mal dormidas.

Inemuri no ambiente de trabalho: veja como funciona

Apesar da aparente liberdade para dormir no expediente, o inemuri tem suas regras. Ele é aceito apenas em situações em que o trabalhador já demonstrou comprometimento e esforço.

Funcionários mais antigos ou aqueles em posições de destaque têm mais liberdade para tirar essas sonecas, enquanto os recém-contratados, que ainda precisam mostrar dedicação, podem enfrentar mais restrições.

Além disso, a prática exige certa “etiqueta“: quem dorme deve parecer minimamente engajado na reunião ou no ambiente. Diferentemente de um sono profundo, o inemuri sugere que a pessoa ainda está consciente o suficiente para voltar à atividade assim que necessário.

Em alguns casos, empresas até oferecem espaços próprios para cochilos, incentivando o descanso controlado para melhorar a produtividade.

Como dormir melhor e evitar o cansaço excessivo?

Para quem sofre com a privação de sono, algumas estratégias podem ajudar a melhorar a qualidade do descanso. Criar uma rotina regular de sono, evitando telas e luzes fortes antes de dormir, pode fazer uma grande diferença. Investir em um ambiente confortável, com colchão e travesseiros adequados, também contribui para um descanso mais eficiente.

Além disso, pequenas pausas durante o dia para relaxamento ou meditação podem ajudar a reduzir a fadiga e aumentar a concentração. No Japão, empresas já adotam salas de descanso e até cápsulas para cochilos rápidos.

Mesmo que a cultura do sono no trabalho ainda seja incomum em outros países, entender a importância do descanso para a produtividade pode trazer benefícios significativos para qualquer profissional.

Estudante de jornalismo, no segundo semestre. Trabalhei como redator na Velvet durante três anos.

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