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Mercado de Trabalho

‘Ghosting’ no trabalho é nova tendência entre jovens da geração Z

Fenômeno do ghosting se intensifica no mercado de trabalho, com 93% dos jovens da geração Z abandonando entrevistas sem aviso.

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O comportamento de “ghosting“, anteriormente associado a encontros românticos, tem encontrado espaço no ambiente profissional. Essa prática, que consiste em cortar a comunicação sem explicação, está se tornando comum entre a geração Z, jovens nascidos entre 1997 e 2012.

Uma pesquisa realizada pela plataforma de empregos Indeed revelou que 93% dos jovens da geração Z admitem não comparecer a entrevistas de trabalho sem aviso prévio. Este comportamento está se tornando cada vez mais frequente e destaca um desafio crescente para as empresas.

Além disso, 87% desses jovens não se apresentam no primeiro dia de trabalho, mesmo após passarem por um processo de seleção completo e assinarem contrato. A tendência levanta questões sobre as expectativas e frustrações dessa geração no mercado de trabalho.

O que é e quais as motivações do ghosting laboral?

O termo “ghosting” refere-se ao ato de interromper toda forma de comunicação sem aviso. Embora inicialmente usado para descrever situações em relações pessoais, ele agora é aplicável a interações profissionais, especialmente no contexto de contratações.

A geração Z, que cresceu em um ambiente digital e imediato, muitas vezes vê o processo de seleção como uma transação. Ofertas de trabalho que não atendem às suas expectativas podem resultar em um desaparecimento abrupto, como forma de retomar o controle sobre suas carreiras.

Expectativas não atendidas e falta de feedback

Inconsistências nas ofertas, como salários baixos e condições de trabalho insatisfatórias, incentivam o ghosting profissional.

A ausência de feedback transparente por parte das empresas também contribui para a frustração dos jovens candidatos.

Razões para o comportamento

Para muitos jovens da geração Z, o trabalho deve proporcionar mais do que um salário: é crucial sentir-se valorizado. Quando essa necessidade não é atendida, o ghosting surge como uma forma de protesto e distanciamento.

Pesquisas indicam que 56% da geração Z não hesitaria em repetir o comportamento caso surgisse a oportunidade. Entre eles, 31% acreditam que desaparecer antes da entrevista é aceitável, enquanto 28% acham legítimo interromper a comunicação mesmo após o início das negociações.

Conforme essa tendência cresce, as empresas enfrentam o desafio de repensar suas práticas de recrutamento e comunicação, buscando alinhamento com as expectativas dos jovens trabalhadores. Só assim será possível minimizar o impacto do ghosting e reter talentos.

Jornalista graduada pela Universidade Federal de Goiás (UFG), integra o time VS3 Digital desde 2016. Apaixonada por redação jornalística, também atuou em projetos audiovisuais durante seu intercâmbio no Instituto Politécnico do Porto (IPP).

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