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Open banking: A inovação que vai transformar o universo financeiro do Brasil

Novas tecnologias prometem revolucionar o sistema bancário e devem trazer dificuldades aos bancos tradicionais.

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Open banking

O mundo dos bancos está em constante mudança. Anos atrás, quem imaginaria que tudo pudesse ser feito através de aplicativos? Dessa vez, uma revolução ainda maior está sendo planejada e promete mudar a maneira como os bancos se relacionam com seus correntistas. Portanto, anote alguns termos que com certeza vão ser bem comentados em um futuro próximo: PIX, API e open banking. Todas essas inovações devem começar a ganhar forma já em novembro, prazo definido pelo Banco Central.

A primeira novidade a ser lançada é o PIX. Considerada a nova TED, essa tecnologia vai funcionar 24 horas por dia, sete dias por semana. Podendo ser utilizado a partir do celular, o PIX propõe uma nova forma para pagamento de contas e realização de compras, visto que elimina a necessidade do dinheiro em espécie ou cartões de débito e crédito. As companhias de luz, água, telefonia, entre outras, também saem ganhando, afinal, não há a necessidade de boletos físicos com essa tecnologia.

Porém, a mudança mais radical fica por conta do open banking. Esse novo sistema vai permitir que os clientes tenham acesso a seus dados e histórico financeiro – atualmente esses documentos são mantidos pelos bancos. Dessa forma, será possível compartilhar essas informações com qualquer instituição regulado pelo Banco Central. A tecnologia por trás dessa plataforma é chamada de API, modelo de funcionamento parecido com um site, onde é possível se cadastrar via Facebook ou Google.

Cláudio Guimarães, diretor executivo da ABBC, associação que defende os interesses de bancos de pequeno e médio porte comemora: “Finalmente o cliente será rei”. E fica justamente por conta do cliente escolher quais informações quer compartilhar com cada empresa. Assim, pode optar pelas companhias que oferecem condições e taxas mais vantajosas.

A expectativa do open banking é reunir todos os dados em um único aplicativo. Dessa forma, caso uma pessoa queira comprar um imóvel, por exemplo, basta acessar a plataforma e verificar quais bancos estão com financiamento disponível para aquele perfil financeiro. “O open banking é a integração de toda a vida econômica em um só lugar, como conta-corrente, poupança, aplicações, compras e meios de pagamento, de forma que se pode avaliar e negociar do mesmo jeito que se faz hoje nas compras a crédito no varejo”, afirma Pietro Delai, executivo da consultoria IDC.

Dificuldade para os bancos tradicionais

Além das fintechs, bancos pequenos e médios podem ter dificuldades para fazer uma análise de crédito mais consistente. Com o open banking, essas adversidades prometem ser reduzidas, visto que a tecnologia permite justamente o compartilhamento de dados pessoais. Assim, o banco pode entrar no sistema de um concorrente e saber tudo sobre o cliente que deseja conquistar.

Para os bancos tradicionais, a adaptação será mais intensa. Por um lado, a concorrência vai ser muito maior. Entretanto, essas instituições também vão ter acesso aos dados de clientes de outros bancos, algo que até então não estava disponível. O maior dos problemas vai ser a questão da tecnologia, uma vez que essas companhias bancárias utilizam de sistemas antigos, tornando a disputa ainda mais difícil. “É como se eles estivessem numa corrida de 100 metros rasos carregando uma bigorna”, compara Rafael Stark, fundador da fintech Stark Bank.

No entanto, a competição promete ser ainda mais acirrada, ao passado em que as empresas de tecnologia – incluindo gigantes como Apple, Google e Facebook – também vão entrar na concorrência. O consultor Cezar Taurion, ex-executivo da IBM, avalia que essas empresas já estão acostumadas a lidar com plataformas abertas, inclusive, possuem seus próprios sistemas de pagamento, como o Whatsapp Pay, ainda em fase de testes.

A implantação dessas tecnologias vai ser regulada pelo Banco Central. A primeira etapa começa em novembro deste ano, utilizando dados públicos das próprias instituições. Os produtos serão oferecidos nas plataformas abertas apenas em outubro de 2021.

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